quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A galinha da vizinha ... ou o melhor emprego do mundo

Dir-me-ão que “A galinha da vizinha é mais gorda que a minha”. Mas muito honestamente, acho que esta galinha é bem muito mais gorda que a minha.
O Presidente da república. “Alto”, dirão alguns. Que raio vai ele dizer do nosso querido Presidente? O que vou dizer é que os portugueses têm memória curta e níveis de exigência muito baixos. Quiçá não será uma das razões para estarmos onde estamos.
Verdade seja dita, os poderes do Presidente da república são limitados. Um antigo chefe meu dizia que era basicamente um corta fitas (de inaugurações). Ou não pode fazer nada, ou então o extremo, como dissolver a AR ou declarar guerra. Tirando isso, manda para o tribunal constitucional para ver se aquilo encaixa na lei das leis. Encaixando, está feito. Convenhamos, que o Dom Duarte poderia muito bem desempenhar essas funções (e não é dizer pouco). Não que seja monárquico, mas quiçá não daria a este triste país um certo “Je ne sais quoi”
A memória dos Portugueses é de tal modo curta, que esqueceram-se que infligiram a Cavaco Silva uma humilhante derrota perante um candidato tirado da cartola …e da CM de Lisboa.
10 anos depois e sem uma única intervenção social ou politica durante este período, ganha com esmagadora vantagem. O que mudou em 10 anos? Eu digo-vos, o povo Português comeu muito Limiano. Não que tenha algo contra a eleição do nosso Presidente. Mas deixa-me perplexo esta variação de humor dos votantes lusos. Assim de repente a palavra que me vem á cabeça é coerência. Ou falta dela.
Apregoando o bem por este país, caindo nas boas graças dos populares, o Presidente da república (este ou outro) tem índices de popularidade extraordinários. Bem, nas boas graças dos populares, com excepção dos “secos e molhados” e de quem esteve na ponte 25 de Abril naquele espécie de estado de sítio á sul-americana.
No entanto há coisas que francamente no meu ponto de vista, classificam o actual Presidente, como o pior do pós 25 de Abril. Não me vou esticar porque senão desistem de ler até ao fim. Mas passo a dar dois singelos exemplos.
Junho ou Julho de 2008 ou 2009 (a data pouco importa para o caso) “Presidente da República vai falar ao país”. “Vem aí merd…”, pensei eu. Os jornalistas começaram a fazer o seu trabalho, especulando. É da situação política? Será de crise? Será mais algum escândalo envolvendo o nosso primeiro? Vai dissolver a AR? Portugal parou. Eu, como Português, parei em frente ao televisor para ouvir o que de tão importante tinha o homem para dizer. Resultado: Os estatutos dos açores. Por outras palavras, a montanha pariu um rato. O PR achou importante parar o país para falar dos estatutos dos açores. Um problema basicamente dele … e dos açorianos. A questão até pode ser pertinente (parece que era para lhe dar mais trabalho, portanto entende-se), mas parar o país para falar disto? Convenhamos…
Depois veio o casamento Gay. Essa importante questão que intranquilizava  a nossa sociedade. Antes de me alongar, convém realçar que nada tenho contra a comunidade gay. Alias, tenho por hábito dizer que se nascesse mulher seria gay. Tenho tanto contra os gays, como os que medem 1m50 e pensam 90 quilos, como quem mede 1m90m de altura e cheio de músculos. Quando muito, inveja, destes últimos, visto estar mais próximo dos primeiros. Enfim, cada um é como é. Ponto.
O que mais gostei foi a forma como PR comunicou aos portugueses as razões que o levaram a promulgar a lei. Nova comunicação ao país. Basicamente, traduzindo e sintetizando (porque para dizer o que a seguir vou …traduzir, o homem fala muito) disse o seguinte:
“Acho que esta lei está mal. Mas como estamos em crise e para não se perder tempo, eu promulgo esta lei”. Foi isto que foi dito. Nem mais, nem menos. Então o homem acha que está mal, mas porque estamos em crise e para não se perder tempo (o dele ou da AR) promulga a lei? É de mim ou isto não tem ponta por onde se lhe pegue? Não será função do PR quando achar que uma lei estiver mal, fazer o que estiver a seu alcance para que fique bem? É que o governo governa como quer e o PR promulga, mesmo não gostando, para “não se perder tempo”.
Talvez o facto de Mário Soares enquanto PR lhe ter azucrinado tanto a cabeça, que agora, e traumatizado, prefere não azucrinar e promulga tudo o que lhe passa pelas mãos.
Tu queres ver que durmo mal de noite e tenho razões para tal.
Desculpem lá, mas esta galhinha é francamente mais gorda que a minha.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bem-vindos

António Barbosa

Licenciado pela Universidade da Sordogne em filologia Bisantina. Pós graduação em ciência políticas pela universidade de La Tratoria. É professor na faculdade de letras de Ircheden e colaborador das revistas Economia dia-a-dia, The green money e La recherche de la concience.*

* Este curriculum é completamente inventado não tendo absolutamente nada de verdade. Mas se escrevesse que a única coisa que me destaca socialmente é o facto de ser Presidente do Clube Deauville Portugal (Clube Oficial Honda de Moto Turismo) ninguém se daria ao trabalho de ler as minhas crónicas.