Poemas



Passa o tempo a correr
Adolescente, somos
E sem nos apercebermos
Jovens, fomos

Quando se é ainda um rapaz
O dia parece não ter fim
Ficamos descansados a pensar
Até á Morte será sempre assim

Depois…

Sem saber como ou porquê
De filhos passamos a pais
Os mesmos que agora pensam
Nossos antigos pensamentos banais

Onde está o meu filho de dois anos?
Aquele menino pequeno e frágil
Já não o vejo a tanto tempo
Já é um rapaz Grande e ágil

Onde andei todo este tempo?
Que fiz eu de tão importante?
Que tivesse valido a pena
Ter perdido aquele encanto

Pobre de mim de ignorância
Inteligente a todo o momento
Será que acordei demasiado tarde
Será que ainda vou a tempo?

Vou porque as rugas me lembram
Que não há nenhum bem duradouro
Para mais nada perder um minuto de vida
Porque são, o meu único e verdadeiro Tesouro.
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Tivesse eu o talento

Dizer-te-ia coisas belas
Coisas que te pudessem mostrar
O quanto eu preciso de ti
O meu ponto e ser de amar.

És o sol da minha folha
A brisa que me refresca
No calor da minha tristeza
Da minha angústia me pesca

Como numa tarde de verão
Teu sorriso torna-me dormente
Aquela tranquilidade e paz
De quem não peca e não mente

Faço do teu corpo minha praia
Onde meu deito e deleito
Onde sinto que sou alguém
Quando me pouso no teu peito

O teu ser é o meu ser
O ser que faz de mim gente
Um amor genuíno e forte
Como uma espada pungente

Queria dizer-te coisas belas
Para voltar a ver um sorriso teu
Lembras-te? O tal que me aquece
Que faz do meu amor, o teu

Tivesse eu o talento…
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Por ter

Por ter tido frio
Por ter tido calor
Por ter tido Sorte
Por te ter como Amor

Por ter sido criança
Por ter sido amante
Por ter sido homem
Por ter Amor constante

Por ter rido
Por ter chorado
Por ter tempo
Por ser amado

Por isso digo aos quatros ventos
De voz forte e com sentido
Que nada, nunca nem ninguém
Me tirará este Amor merecido

Por ter lutado com toda a força
Por combater contra a má sorte
Por Deus e todos os credos do mundo
Amar-te-ei até a minha morte
Nada teria se tudo quisesse

Tenho a vontade de viver
Tenho o tempo que passa
Nas veias o sangue a correr
E o dever que me desgasta

Uma vida bem vivida
Não é só amigos e amor
É feita de doce e amargo
E só assim terá o sabor

O gosto que vamos tomando
De alegrias e desesperos
Requinta-nos o paladar
Á procura de novos temperos

Olho para os teus olhos
E sinto esse doce tempero
Que me agarra á vida
Nas tormentas do desespero

Olho para os meus filhos
E sinto esse suave calor
Que me desperta os sentidos
Desse gente feita de amor

Por querer tão pouco
Na alegria ou no luto
Muito agradeço a Deus
Por agora ter TUDO
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Despedida

Tantas palavras novas que fomos aprendendo
Tantas horas perdidas que fomos chorando
Tanta angustia que fomos temendo
Tanta carreira perdida que fomos esperando

Por de traz de gravatas e fatos
Há gente como qualquer outra
Gente que ri e que chora
Gente estúpida e gente douta

No leito da nossa morte da profissãos não seremos
Apenas pessoas, boas, más ou indigentes
Seremos lembrados como pais ou maridos
E nesse momento em nada seremos diferentes

Na hora de partir numa sala cheia de troféus
Não queiramos morrer com a glória de quem morre só.
Na hora de partir, que seja com as lágrimas dos amigos
De gente de carne e osso, sem amargo e sem dó.

Na hora de chegar junto do Criador,
Queiramos chegar com a paz de quem a fez
Na hora de chegar junto de minha mãe
Quero que me beije como ela sempre o fez